A população idosa está crescendo no mundo inteiro. Estima-se que em 2030 a população de idosos dobre de 36 para 72 milhões. Neste cenário é relevante a compreensão do papel da alimentação adequada, pois essa pode contribuir positivamente para o retardamento ou modulação do processo de envelhecimento e na promoção do estado nutricional adequado do idoso. As práticas alimentares de um indivíduo se constroem a partir de processos de aprendizagem ao longo da vida, envolvendo processos de socialização, campos de experiência singulares onde ocorrem transmissões culturais diárias. Sabe-se que na terceira idade os tabus ganham força e, ainda nos dias atuais, os mesmos são seguidos à risca. Considerando a relevância de tal temática, pesquisas com idosos hoje em dia são voltadas para a investigação da ocorrência de tabus alimentares. Logo, o objetivo desta pesquisa foi investigar a ocorrência de tabus alimentares em um grupo de idosos praticantes de exercício físico em Parnamirim - RN.
Trata-se de um estudo com caráter transversal, descritivo e analítico. Os dados foram coletados no período de maio a junho de 2015, através de entrevista com um grupo de 19 idosos praticantes de exercício físico participantes de um Programa de extensão promovido pelos Cursos de Nutrição, Psicologia e Educação Física do Centro Universitário do Rio Grande do Norte – UNIRN.
O grupo era composto em sua maioria por idosas 89,5% (n=17), onde 63,1% (n=12) tinham idade entre 60 e 69 anos, com idade média de 68 anos. Foi verificado que a maioria (89,5%, n=17) do grupo possuía algum tabu alimentar e realizava alterações alimentares devido aos mesmos. Destaca-se que dentre o pequeno número de homens no grupo, nenhum deles relatou possuir algum tabu alimentar.
Conclui-se que os tabus alimentares, construídos ao longo da história sociocultural, ainda estão presentes nas práticas alimentares dos idosos, sendo muitas vezes difícil desmistificá-los, o que pode estar contribuindo para a ocorrência de déficits nutricionais. Tal fato evidencia a importância do desenvolvimento e aprofundamento de pesquisas nessa área. Destaca-se, assim, a importância do trabalho de educação e orientação nutricional com idosos para que os mesmos tenham um conhecimento suficiente sobre os alimentos e assim realizem escolhas alimentares sabiamente.