O envelhecimento populacional é um fenômeno de magnitude mundial. Esta é uma questão demográfica desafiadora para as sociedades contemporâneas, pois traz consigo determinantes que fragilizam o idoso e modificam sua qualidade de vida. As mudanças são inevitáveis e condiciona o indivíduo a diversas perdas, gerando um confronto que pode afetar sua saúde física e psíquica. O sofrimento físico e psíquico pode conduzir ao aparecimento de perturbações comportamentais reativas, sentimento de tristeza associados à apatia, irritabilidade, alteração do sono, do apetite, dificuldade de concentração e de convivência, fadiga, anedonia, que quando perduram por mais de duas semanas podem sinalizar a doença depressiva, cuja prevalência atinge 19-34%. A depressão é uma doença frequente em idosos, comumente associada à incapacidade que aumentam o risco de morbimortalidade, e a dissonia que é um dos sintomas que contribuem inexoravelmente para manutenção do quadro depressivo e demais fragilidades que geram maiores prejuízos à saúde do idoso. METODOLOGIA: Estudo de corte transversal com 137 idosos, vinculados ao Centro de Convivência do Idoso coordenado pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista-Ba, realizado em outubro a dezembro de 2014. O procedimento para coletar dados sociodemográficos foi através de questionário elaborado pelos pesquisadores. Para coletar informações sobre os sintomas depressivos foi utilizado o Patient Health Questionnaire-9, com nove perguntas que somam 27 pontos. Para coleta dos dados sobre a sonolência excessiva diurna (SED) utilizou-se a Escala de Sonolência de Epworth (ESE), que contém oito perguntas para estimar a propensão da sonolência. Em atendimento aos preceitos éticos da pesquisa, este estudo foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Independente do Nordeste, mediante CAAE: 33993114.8.0000.5578 e parecer consubstanciado nº790.750, conforme Resolução 466/12-CONEP/MS. Aplicou-se a estatística descritiva (calculadas as frequências, médias, desvios-padrão). Análise bivariada de Spearman e odds ratio, utilizado o softwere Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)v.20.0, considerada a significância de 0,05 e IC:95%. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram 137 idosos com média de idade (71.38±7.08) com prevalência no sexo feminino (65.6%). A maioria dos idosos estava na faixa etária de 60-70 anos (70.8%). A prevalência dos sintomas depressivos rastreados pelo PHQ-9 foi 62.8%, a presença da sonolência excessiva diurna (SED) foi 55.6%. A associação entre os resultados das escalas (dicotômicas) foi realizado pelo teste correlação de Spearman e obteve coeficiente rho=0.374 e significância de p<0.000. Para verificar a razão de chances de ocorrência mútua verificou-se o Odds ratio que obteve coeficiente de OR:0.5(IC95%:2.39-10.1), representando que o indivíduo com depressão tem cinco vezes mais chances de desenvolver e manter o distúrbio de sonolência excessiva diurna na presença dos sintomas depressivos. CONCLUSÃO: A saúde mental é condição sine qua non para manutenção da qualidade de vida do idoso, seus familiares. Requer maior atenção a esta população que cresce inexoravelmente, primando pelas políticas de prevenção previstas na Lei Orgânica da Saúde n°8080/1990, somada as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Empenhar esforços com políticas públicas estratégicas para atender idosos com sintomas depressivos e dissonias, torna-se uma necessidade proeminente e inadiável, frente às demandas emergentes neste cenário.