Atualmente as novas dinâmicas familiares têm necessitado do apoio dos avós no cuidado aos netos, especialmente diante de eventos como separação, recasamento e crise financeira. Alguns têm assumido a educação dos netos, todavia, o desempenho dessas funções pode ocasionar prejuízos a saúde mental desses avós, devido a conflitos intergeracionais, bem como a própria limitação psicobiológica da idade em que se encontram. Diante dessa problemática, objetivou-se compreender a percepção que esses avós possuem da experiência de cuidar de seus netos, bem como os motivos que o levaram a ter tal responsabilidade. Trata-se de um estudo de campo, descritivo e de natureza qualitativa realizado com 30 avós, maternos e paternos, de ambos os sexos. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de João Pessoa e seguiu todos os preceitos éticos da Resolução 466/12. Os participantes responderam um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada, cujos dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados mostraram que a maioria dos avós eram do sexo feminino, com idades variando entre 40 e 75 anos, responsáveis por netos com idades entre 0 e 28 anos. Constatou-se uma prevalência de relatos que remetem aos aspectos positivos dessa relação, embora tenham sido enfatizadas as dificuldades físicas, psicológicas ou sociais decorrentes da criação dos netos.