Resumo:
Na nossa sociedade, ainda segregadora, faz-se mister refletir sobre os estigmas de envelhecer. O objetivo geral foi analisar a participação das pessoas idosas de um CAPS I e os específicos foram: verificar a frequência da pessoa idosa ao CAPS e identificar a(s) atividade(s) do CAPS em que a pessoa idosa se insere. Participaram 64 pessoas, 56 residentes no município 1 e 08 no município 2. Os instrumentos utilizados foram questionário e entrevista estruturada. O estudo é descritivo e analítico, com abordagem quanti-qualitativa; os dados sóciodemográficos foram analisados através de estatística descritiva e as entrevistas pela análise categorial de Conteúdo. Constatou-se que 73,6% dos idosos não frequentam o CAPS, 9,7% vão apenas às consultas psiquiátricas, enquanto 5,6% são representados por terceiros nas consultas. Apenas 11,1% frequentam as ações psicossociais do CAPS, como as atividades coletivas: Oficinas e Grupos Terapêuticos. Os motivos alegados para não frequentarem o CAPS do município 1 foi o fato de não se identificarem com as demais pessoas atendidas no Serviço, como também a crença de não se considerarem “doentes”. Enquanto que as idosas do município 2 apontaram como maior empecilho a indisponibilidade de veículo para se deslocarem ao CAPS. O cenário encontrado aponta para a constatação de que o CAPS I do município estudado não atende às necessidades e expectativas da maioria das pessoas idosas cadastradas, não exercendo, ainda, o papel de articulador da rede de atenção à saúde mental (de base territorial e comunitária). Configura-se, então, a falta de assistência do CAPS à pessoa idosa.