Introdução: Dado o número cada vez mais crescente de pessoas idosas, o envelhecer deixa de ser uma situação restrita ao âmbito familiar e individual, para figurar entre as questões de ordem pública, da sociedade, e, portanto, política. Contudo, os idosos frequentemente sofrem de preconceito, sendo associados a percepções socais negativas. Abre caminho, assim, a busca de uma imagem mais positiva para o envelhecer, assistida pelo próprio prolongamento concreto da vida. Nesse contexto, entra, como importante fator para melhoramento da qualidade de vida, a manutenção da funcionalidade e autonomia entre os idosos. Aquele é um indicador de saúde, e é influenciada por diversos fatores. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura integrativa com buscas nas bases de dados da Lilacs, Medline, IBECS e Cumed pela plataforma da BVS utilizando os descritores: ‘envelhecimento e funcionalidade” ao longo do mês de julho e agosto. Os 81 artigos gerados foram selecionados por ano de publicação, idioma, aspecto clínico e assunto principal, resultando em 13 estudos com texto completo disponível e publicados entre 2011 e 2015 que se adequaram ao nosso intuito. Resultados e Discussão: Os idosos, em busca do equilíbrio biopsicossocial, utilizam estratégias de enfrentamento das situações adversas, pela modificação do significado dos eventos ou pelo manejo dos efeitos delas decorrente (seleção; otimização e compensação) realçando a capacidade de adaptação frente a obstáculos. A subjetividade do envelhecer fica, então, clara: 62% dos que tem limitações funcionais referem ter boa saúde. Fatores extrínsecos também são importantes, negativamente (73,5% dos idosos referiram comprometimento da dinâmica familiar. Destes, 46% apresentavam capacidade funcional moderada e 27% alta disfuncionalidade) e positivamente (a inserção social –amigos, vizinhos– relaciona-se positivamente no desempenho funcional). Outro fator negativo é a disfunção cognitiva e a queda na performance de multitarefas –caminhar, por exemplo–. Esse e outros fatores podem ser aprimorados com o treino (físico ou não) com imersão num ambiente adaptativo e de alta interferência. Neste ponto, ressalta-se a importância do papel exercido pelas novas tecnologias no melhoramento das capacidades cognitivas (e funcionais de um modo geral) figurando como importante ferramenta terapêutica. Conclusões: A heterogeneidade do processo de envelhecimento leva pessoas de mesma idade a apresentar diferentes graus de funcionalidade, visto que esta sofre influência de diferentes fatores, tais como a presença de doenças –crônicas ou agudas–; engajamento social; percepção do controle da vida, dentre outros. Importa aí o papel da Estratégia da Saúde da Família no cuidado aos fatores que influenciam a saúde do idoso. Assim, por meio de dinâmicos e intersubjetivos processos de envelhecimento possibilita-se sua ressignificação, conferindo ao idoso seu devido papel positivo dentro da sociedade.