Uma das maiores conquistas culturais de um povo em seu processo de humanização é o envelhecimento de sua população, fato que reflete na melhoria das condições de vida. Em face ao aumento da expectativa de vida e como consequência aumento do número de idosos, advém também em proporção os problemas de saúde e internações por doenças crônicas não transmissíveis. É factível voltar a atenção para as condições de saúde desta população Diante ao exposto, o objetivo desta pesquisa foi conhecer as condições de saúde de idosos internados com fraturas de membros inferiores por causas externas. Este trabalho é um recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento, que investiga o impacto das fraturas de membros inferiores na qualidade de vida de indivíduos adultos. Este estudo é de caráter transversal. Os critérios de seleção foram indivíduos acima de 60 anos, internados por fraturas em qualquer segmento do membro inferior. A pesquisa foi aprovada sob o parecer de no 494.966. Para responder aos objetivos da pesquisa foi utilizado questionários para coleta dos dados sociodemográficos e clínicos. Os idosos participantes da pesquisa tinham média de idade 72,04±8,8 anos, sendo 56% do gênero feminino, tendo em média 4,08±3,53 filhos. Na internação hospitalar, 58,3% dos acompanhantes eram os filhos(as). Quanto a cor da pele 72% se classificaram como pardos, tendo 76% dos idosos morando na zona urbana. Quanto a renda mensal familiar 68% possuíam renda de até 1 salário mínimo com 80% residindo em domicílio próprio. Dos entrevistados, 100% relataram não participar de nenhuma atividade cultural, 68% não possui nenhum tipo de atividade social e 96% relataram não participar de nenhum tipo de atividade física, como caminhadas, alongamentos, academia entre outras. 12% dos idosos relataram ser tabagistas há mais de 30 anos e 28% relataram fazer uso de bebidas alcoólicas. Quanto a investigação das condições clínicas e outras comorbidades, 45% são dislipidêmicos, com 56% apresentando hipertensão arterial sistêmica, 38% portadores de diabetes, 33% apresentam alguma cardiopatia, 46% com diagnóstico de osteoporose, 28% artrose. Quanto as causas de ocorrência das fraturas, 24% sofreram fraturas por acidentes de transporte, 71% por queda da própria altura e 5% por atropelamento, sendo que destes, 44% relataram a ocorrência do trauma no período noturno. Quanto ao tempo do evento traumático a admissão hospitalar, 44% relataram terem chegado ao hospital após 3 horas de ocorrência da fratura. O sábado foi o dia da semana com maior frequência de fraturas 20,8%. Quanto ao local do fratura 72% apresentaram fratura de fêmur e 28% de tíbia, sendo que 95,8% apresentaram fraturas fechadas. Quando investigado sobre o tratamento cirúrgico, somente 8% das fraturas foram reduzidas até 10 horas do internamento, sendo que 27,3% apresentaram fixação interna, 9,1% fixação externa e 63,6% com imobilização gessada, com tempo médio de internação hospitalar foi de 24,07±12,7 dias. A partir de investigações desta natureza, pode-se promover ações voltadas para a melhoria das ações de saúde pautadas principalmente na prevenção da ocorrência de traumas por causas externas.