Introdução: O processo de envelhecimento é caracterizado pela feminização, ou seja, há maior proporção de mulheres idosas que homens nas idades mais avançadas, e essas possuem maior expectativa de vida ao nascer. Concomitantemente ao maior tempo vida, as mulheres têm tendência a apresentar uma maior dependência e incapacidade funcional durante o envelhecimento, comparadas aos homens. Além disso, as alterações de força e massa muscular começam a se tornar mais evidentes em idades mais precoces para as mulheres, especificamente, ainda na meia-idade¹. Dentre os vários fatores que podem explicar uma maior debilidade física feminina durante idades mais avançadas, a menopausa tem ganhado a atenção de pesquisadores por se tratar de um marco na importante na vida da mulher que acrescentam implicações ao processo de envelhecimento ². Objetivo: Avaliar a relação entre os estágios menopausais e o desempenho físico em mulheres de meia-idade do nordeste brasileiro. Metodologia: Trata-se uma pesquisa do tipo observacional transversal, realizado no município de Parnamirim/RN. A população foi constituída pelas mulheres residentes desse município, que possuíam entre 40 e 65 anos. A amostra foi composta por conveniência, totalizando um N=389 mulheres. Inicialmente foi realizada a estatística descritiva, apresentando médias e desvios-padrão para as variáveis quantitativas e frequências relativas para as categóricas. Em seguida, os valores médios de força de preensão manual foram comparados entre os grupos da menopausa e demais variáveis independentes por meio de teste t de Student e ANOVA com post-hoc de Tukey. Por fim, foram criados modelos de regressão linear múltipla para avaliar a relação entre a força e a menopausa ajustada pelas covariáveis. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS, versão 20.0 e em todas as etapas foi considerado p<0,05 e intervalo de confiança (IC) de 95%. Resultados: Houve diferença significativa entre diferentes grupos de estágio menopausal, com maiores valores de força de preensão manual para as mulheres da pré-menopausa comparadas às demais. Diferentes médias de força de preensão também foram encontradas de acordo com as variáveis socioeconômicas, com melhores resultados para aquelas com melhor nível de escolaridade e maior renda familiar. Maior força de preensão manual também foi encontrada entre as mulheres com maior IMC (obesas em relação a mulheres com IMC normal). Bem como, observa-se que as mulheres na pré-menopausa apresentam força significativamente maior que as mulheres da pós-menopausa, mesmo no modelo ajustado pelas covariáveis (idade, renda familiar, escolaridade, IMC, paridade e idade ao primeiro filho). Conclusão: O presente estudo mostrou que a transição na menopausa está associada ao desempenho físico em uma população de mulheres de meia idade de uma cidade do nordeste Brasileiro, uma vez que uma força de preensão mais fraca foi encontrada entre as mulheres na peri e pós-menopausa em comparação às mulheres na pré-menopausa.