Este trabalho apresenta elementos de significação que estruturam as concepções de cuidar e ensinar a partir da vivência de Mônica, estudante de pedagogia, atuando como acompanhante de Laura matriculada em uma pré-escola da rede pública na periferia da cidade de Maceió, Alagoas. Este estudo foi autorizado por um comitê de ética em pesquisa. A partir do conceito de processos de significação, baseado em Vigotski, focalizamos o modo como a estudante compreende sua atuação na condição de acompanhante de Laura, descortinando sentidos para os atos de cuidar e ensinar no cotidiano da escola. Os dados empíricos resultaram de entrevistas semiestruturadas registradas com gravador digital e submetidas à análise de conteúdo (Bardin, 1991). Elementos de significação indicaram que foi estabelecido um vínculo afetivo e físico entre a estagiária e a criança. A competência afetiva e cognitiva para compreender as necessidades da criança ficou evidente quando declarou que a criança “percebia os movimentos”, síncronos entre elas. Mônica identifica o interesse de Laura pelo modo como ela se movimenta e organiza a sua postura, acompanhando a sua capacidade de focalizar os parceiros, quando estava na roda de crianças. Mônica tenta situar-se entre a intencionalidade de Laura e as possibilidades de ser extensão do corpo da criança e dar voz a sua subjetividade. Há que se considerar que as experiências de estágio constituem momentos vivenciais fundamentais na construção da subjetividade do futuro docente; ao tempo em que coloca em ação saberes e concepções sobre teoria, método e práticas complexas envolvendo o manejo da sala de aula, dos comportamentos das crianças em diferentes ambientes e situações e operacionaliza as referências de cuidar e ensinar associadas à aprendizagem e ao desenvolvimento infantil.