Este trabalho visa apresentar os momentos históricos que permeiam o ideário da Educação dos Surdos no Brasil, o qual subordinou-se durante muitos anos aos preceitos definidos pelo modelo médico de deficiência, pautado na cultura ouvintista, na qual o surdo é tido como um elemento que não se encaixa nos padrões socialmente aceitos; além disso, busca-se analisar e relacionar esse ideário de Educação dos Surdos com o pensamento do sociólogo P. Bourdieu (1970), em torno da educação, conhecido como Teoria da Reprodução em sua vertente bourdieusiana, a qual refere-se ao processo de reprodução das desigualdades e que de alguma forma a instituição escolar é responsável por este processo de perpetuação da ordem social, implicando em um conjunto de ações e mecanismos sociais orientados na direção de assegurar a reprodução da classe dominante; isto é, das ideias dominantes que têm ao seu dispor os meios de produção material. O trabalho é estruturado e desenvolvido trilhando uma metodologia qualitativa de análise documental (Sá-Silva; Almeida; Guindani, 2009), baseada em documentos que permeiam o processo da educação dos surdos e de desenvolvimento e (des)valorização da cultura surda. É possível perceber inicialmente, que a história da educação dos surdos, enfrenta diversas barreiras, como por exemplo, a restrição do uso da língua de sinais, no processo de educação de crianças surdas, o que nos leva a compreender brevemente isto como um mecanismo de controle dos ouvintes, tidos como classe dominante, para com o povo surdo, tidos como classe não dominante.