O presente artigo tem como objetivo refletir sobre os elementos que tensionam o tecido social e por ventura, podem contribuir para a constituição de manifestações violentas na práxis educacional. A violência é um problema social que afeta de diferentes maneiras a sociedade contemporânea e vem se tornando cada vez mais explícita em suas implicações no âmbito educacional, evidenciado pelos casos mais graves, como os recentes ataques às escolas, até as micro violências que ocorrem diariamente na rotina dos espaços pedagógicos. Diante dessa realidade, faz-se necessário refletir não apenas sobre a violência em si, mas também sobre os elementos emocionais que estão ligados a ela e quais aspectos presentes nos ambientes escolares podem ser fatores condicionantes para tais expressões. Este artigo busca analisar esse fenômeno partindo da análise de nosso próprio cotidiano como professora da educação básica na cidade de Fortaleza, utilizando como suporte a metodologia das narrativas de si. Teoricamente, o trabalho ancora-se no conceito clássico do processo civilizador de Norbert Elias, que argumenta que o aumento do controle das emoções é um processo não linear, permeado por tensões, e relacionado à institucionalização de regras que restringem as formas de comportamento adequadas e direcionam, de forma auto coercitiva, as pulsões e emoções.