Este artigo surge a partir de experiências de ensino da Língua Brasileira de Sinais como L2 para aluno ouvinte com visão monocular em curso de formação básica, oferecido pelo Instituto Ágora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A visão monocular, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é caracterizada pela visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos e, no Brasil, a Lei nº 14.126 de 2021 a classifica como deficiência sensorial, do tipo visual, associando-a ao disposto no artigo 2º do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). Dialogando com os estudos de Gesser (2012), sobre o ensino da Libras para ouvintes, e de Guerra (2021), sobre a inclusão da pessoa com visão monocular no contexto educacional, o trabalho objetiva discutir sobre estratégias didático-pedagógicas utilizadas no âmbito do curso como possibilidade de redução de obstáculos que dificultam o acesso do aluno aos conteúdos ministrados e à comunicação em Libras. Com isso, pretende-se contribuir com o debate em torno da acessibilidade das pessoas em relação às quais tal impedimento sensorial pode obstruir a participação plena e efetiva em contextos formais de ensino e aprendizagem de língua de sinais. Por fim, os resultados indicaram que as estratégias adotadas despertaram um maior interesse do aluno nas aulas, melhorando sua interação com os colegas de sala e com a aprendizagem dos conteúdos, ao mesmo tempo em que possibilitaram repensar metodologias de ensino da Libras.