Este artigo apresenta pressupostos de análise em pesquisas acadêmicas, todos eles orientados pela teoria do materialismo histórico-dialético, visando contribuir para a investigação e a reflexão acerca da função social da educação em memoriais instituídos no processo de efetivação do direito à memória, verdade e justiça, relacionado ao passado ditatorial brasileiro (1984 - 1985). Em um primeiro momento de nosso trabalho, introduzimos três premissas elementares de uma abordagem científica sobre a realidade social, anunciadas por Karl Marx e Friedrich Engels em Manifesto do Partido Comunista: a) a história de todas as sociedades até hoje existentes é a história da luta de classes; b) o moderno poder de Estado não é senão um comitê para administrar os negócios comuns da classe burguesa; c) as ideias dominantes de cada época foram tão somente as ideias de uma classe dominante. Em uma segunda etapa, articulamos essas formulações junto a conceitos elaborados por Antonio Gramsci em Cadernos do Cárcere, Louis Althusser em Ideologia e Aparelhos Ideológicos de Estado, e Nicos Poulantzas em O Estado, o poder, o socialismo, perspectivando auxiliar os estudos e a formação de profissionais da educação que atuam, ou que desejam atuar, no exame e também na realização de ações educativas em memoriais implementados, ou em processo de implementação, em lugares de memória relacionados à ditadura militar brasileira.