A saúde pública no Brasil enfrenta desafios diários, destacando-se a comunicação inclusiva para usuários surdos nos serviços de saúde. Embora cidadãos com direitos e deveres como qualquer outro, pessoas surdas frequentemente não acessam esses direitos de forma plena, pois a sociedade não está preparada para atender suas demandas. Nos serviços de saúde, essa situação se agrava, pois os surdos geralmente precisam de intérpretes em suas consultas. Este trabalho objetiva apresentar o relato de experiencia uma enfermeira atuante no Sistema Único de Saúde (SUS) e suas percepções sobre os desafios da educação permanente voltadas a temática da pessoa com deficiência auditiva. O estudo, de caráter qualitativo e tipo relato de experiência, foi desenvolvido em uma Unidade Básica de Saúde em Parnaíba, PI, durante o ano de 2023. Como profissional da Estratégia Saúde da Família, observei que a comunicação em língua de sinais não foi abordada em minha formação. Em 2011, quando iniciei o curso de enfermagem em uma universidade estadual pública, não havia oferta de Libras (Língua Brasileira de Sinais) como disciplina optativa ou obrigatória. No mercado de trabalho, inicialmente, não me atentei ao atendimento inclusivo de surdos, e a educação permanente em saúde que recebi não contemplava essa população. Minhas experiências na assistência de enfermagem evidenciaram a necessidade de capacitação para oferecer um serviço inclusivo. Pacientes surdos geralmente procuram os serviços de saúde acompanhados por um familiar ou pessoa de confiança, o que restringe sua autonomia e viola sua intimidade. Quando um paciente surdo busca atendimento sem acompanhante, a comunicação se torna desafiadora, prejudicando a efetividade do atendimento e o compartilhamento de informações essenciais para o autocuidado. Portanto, sugiro como reflexão final a necessidade de uma educação inclusiva permanente direcionada aos pacientes surdos, garantindo que seus direitos sejam plenamente respeitados.