A produção de vídeos em contextos educativos é uma possibilidade para a escola que quer diversificar suas maneiras de ensinar e estimular o aprendizado dos estudantes tornando-os protagonistas do conhecimento que querem assimilar. Nesse contexto, a produção de curtas-metragens em ambiente escolar, parece-nos uma excelente oportunidade de trabalhar a escrita e a leitura de diversos gêneros textuais nas aulas de Língua Portuguesa, haja vista que películas antes de serem filmadas vão se construindo a partir de vários textos verbais e icônico-verbais. Tendo isso como referência, a presente pesquisa elege, como objeto de investigação, o gênero curta-metragem e, por conseguinte, alguns outros gêneros que lhe são constitutivos: sinopse, escaleta, roteiro e storyboard. Esses podem ser utilizados para construir o curta-metragem de ficção. Assim, de forma mais específica, objetivamos, com este trabalho discutir as contribuições que as Oficinas de Letramento (OL) podem oferecer para o trabalho com os gêneros textuais que são constitutivos do curta-metragem de ficção. Como subsídio teórico, amparamo-nos em Kleiman (1995; 2000), Oliveira (2008; 2010) Santos-Marques e Kleiman (2019), Cabral (2016; 2019), Bazerman (2006; 2007), Bawarshi e Reiff (2013). Metodologicamente, inserimo-nos no campo da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006; KLEIMAN, 2013), orientamo-nos pelo paradigma qualitativo-interpretativista de pesquisa (MOREIRA; CALEFF, 2008; MOITA LOPES, 1994) e optamos pela abordagem conhecida como pesquisa-ação (THIOLLENT, 2003). A análise feita dos dados mostra o diálogo entre os fundamentos teóricos. A interpretação feita do corpus sugere serem as oficinas de letramento um dispositivo relevante ao propósito didático-pedagógico que, no nosso caso, é a criação do gênero áudio-visual curta-metragem em contexto escolar.