O Ateliê Criativo, em escolas que adotam a abordagem inspirada em Reggio Emília, desempenha um papel crucial na construção das identidades, na experimentação e no contato com diversas linguagens artísticas. Ele representa, para a escola, um espaço de valorização das relações tanto com o ambiente quanto com as pessoas. Através da arte, o Ateliê oferece às crianças oportunidades de comunicação e ressignificação de suas percepções de si e dos outros, permitindo o contato e a observação das pluralidades étnicas-raciais do nosso país. É um espaço de escuta da infância e, sobretudo, da escuta visível de suas obras. Neste contexto, esta pesquisa questionou crianças de cinco anos da Educação Infantil sobre "Que cor é a cor de pele?". A pergunta foi levantada no Ateliê Laranja Luz da Escola Municipal Professora Luzinette Laporte de Carvalho, em Garanhuns, no interior pernambucano. A investigação busca entender o papel do ateliê e a implementação da lei 10.639/03 na construção das identidades raciais das crianças dessa localidade. Analisamos seus desenhos, buscando identificar nas suas formas de expressão o entendimento de si mesmas e de suas características, através da elaboração de autorretratos. O percurso metodológico seguiu os princípios da pesquisa qualitativa, envolvendo três turmas de pré-escola, com crianças de cinco anos. A escolha dessas turmas se deve ao fato de estarem na escola há mais tempo e em contato com o ateliê desde a idade de creche. Esperamos que este debate e a socialização das experiências do Ateliê Criativo Laranja Luz possam contribuir para a construção de uma educação infantil cada vez mais inclusiva e antirracista, assegurando a garantia de todos os direitos de aprendizagem. O Ateliê não só promove a arte, mas também a inclusão e a diversidade, elementos essenciais para o desenvolvimento integral das crianças, oferecendo-lhes uma educação que respeite e valorize todas as identidades.