Um achado paleontológico não é um mero resquício do que já foi e sim uma riqueza traduzida no material que traz lições preciosas que devem ser exploradas para compreensão dos fatos. Nesse contexto, a necessidade de uma ferramenta didática que auxilie nas concepções de preservação, alinhadas à educação patrimonial, sob uma perspectiva do município de Santana do Cariri e de sua relação com o patrimônio paleontológico são o objeto de pesquisa deste trabalho. Esta proposta tem por premissa incentivar a educação patrimonial no ensino formal do município de Santana do Cariri e sua relação com os fósseis e em problemas identificados a respeito da baixa valorização desse patrimônio por parte da população local, observada durante alguns anos de atuação no Museu de Paleontologia plácido Cidade Nuvens - MPPCN. Apesar da enorme sabedoria popular sobre as riquezas locais, a produção de dados científicos sobre a paleontologia local, gerada pela academia, é elitizada e não é acessível à maior parte da população local, ocasionando desinteresse e falta de identidade pelo seu bem cultural. Na identificação de alguns desses problemas que se iniciou a produção de réplicas de fósseis, originários da Bacia Sedimentar do Araripe, utilizando na sua composição o pó da Pedra-Cariri, oriundos das pedreiras de Santana do Cariri e Nova Olinda. O projeto procura chamar a atenção sobre os impactos ambientais causados pelo acúmulo de rejeito das pedreiras, bem como apresentar formas alternativas de reutilização do material descartado mas, principalmente, facilitar o acesso entre a população e seu patrimônio, tendo a sala de aula e a atuação de educadora(e)s como principais aliados. A pesquisa tem como norte conceitual as discussões sobre educação patrimonial e educação popular, como possibilidade de dialogar diferentes saberes.