Não é novidade que a problemática da manutenção das desigualdades sociais no Brasil, indicada pelas pesquisas publicadas em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afeta de formas múltiplas os indivíduos que compõe a sociedade brasileira e isso engloba todo o contexto educacional em que estão submersos os estudantes brasileiros. Por isso, o presente artigo tem como objetivo analisar quais são as principais características socioeconômicas que influenciaram a proficiência dos estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2022, já que o ENEM se tornou a principal porta de entrada para as instituições de nível superior no país e o desempenho de cada estudante nessa prova é um divisor de águas em sua trajetória acadêmica, profissional e social. Com esse propósito, primeiro foi necessário calcular a média geral das notas de 2022, que resultou em aproximadamente 551,35 pontos. O próximo passo foi a formação de dois grandes grupos: o primeiro com alunos com a média igual ou superior à média geral e o segundo com alunos com a média inferior à média geral. Finalmente, para cada um dos grupos, o método de Análise de Componente Principal (ACP) foi aplicado com a finalidade de identificar a correlação entre cada pergunta do questionário socioeconômico com a proficiência dos estudantes de cada grupo. Os resultados do estudo revelaram que a renda foi o principal fator determinante para os dois grupos, seguido do tipo de escola para o grupo de menor média e da quantidade de banheiros na casa para o grupo de maior média, demonstrando de forma explícita que o desempenho dos estudantes está, em sua maior porção, ligado ao contexto social em que estão inseridos e não só em sua dedicação individual.