Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa autobiografia realizada no contexto do ensino de matemática, com o objetivo de analisar as necessidades encontradas na relação entre a matemática e a Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante a formação de um professor surdo. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, fundamentada na perspectiva fenomenológica, permitindo uma compreensão profunda das experiências subjetivas do pesquisador acadêmico surdo. Desse modo, os dados foram construídos a partir das narrativas pessoais do pesquisador, que detalham os desafios enfrentados ao longo de seu processo educacional tanto na Educação Básica quanto no curso de Licenciatura em Matemática, com ênfase particular nas dificuldades encontradas no ensino de matemática. Os resultados destacam a carência de criação de sinais e glossários específicos para facilitar a compreensão da matemática pelos alunos surdos, além da necessidade de formação adequada de intérpretes de Libras e professores. Enfatiza a importância do bilinguismo e da valorização da Língua Brasileira de Sinais como meio de acesso ao conhecimento matemático. Também aponta para a necessidade de esforços contínuos na promoção da educação inclusiva, ressaltando o papel essencial da comunidade educativa em promover o conhecimento e a integração entre os pares surdos, professores e intérpretes. Deste modo, o artigo contribui para a reflexão sobre práticas pedagógicas inclusivas e a relevância de adaptar o ensino às necessidades específicas dos estudantes surdos, especialmente nas disciplinas científicas como a matemática.