Este trabalho foi pensado a partir da importância da arte no processo de ensino-aprendizagem, com especial atenção à perspectiva antirracista. As atividades foram realizadas além dos muros da escola, com alunos da rede municipal, integrantes do Projeto Correção de Fluxo, na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo do estudo do meio partiu da referencial teórico de Pontuschka (2004), envolvendo além da visita ao local, um circular pela cidade, permitindo desenvolver nos alunos um sentimento cidadão, em que esses são parte do espaço urbano, fazendo da cidade o seu lugar. As saídas foram para o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Circuito Pequena África e Instituto Pretos Novos (IPN). No CCBB foram visitadas as exposições do fotógrafo Walter Firmo e do multiartista Heitor dos Prazeres, ambos artistas que representam a trajetória de luta e resistência da população negra. Após análise de tais obras, percorremos a Pequena África e o IPN, onde pretendemos despertar nos alunos uma compreensão mais profunda da história e das contribuições dos afrodescendentes para a sociedade brasileira. Entre as atividades desenvolvidas, foram reproduzidas fotografias em que os alunos, espontaneamente, imitaram as cenas registradas por Firmo, reconhecendo-se como belos. Com base em Prazeres, utilizou-se a canção “Lá em Mangueira” e a pintura Favela (1965), em que os alunos reproduziram uma paródia e pinturas sobre o lugar onde moram. Apreciar as exposições e posteriormente conhecer os espaços onde artistas contam a história e a beleza do povo negro, permitiu aos educandos uma nova relação como sujeito e cidadão, assim como o viver a cidade. Por meio desse trabalho, buscamos ressignificar a relação dos estudantes com as formas de aprendizagem, ampliando a consciência sobre a história e a cultura afro-brasileira, além de promover a valorização da diversidade étnico-racial.