A Comunicação que ora apresentamos, decorre do desenvolvimento e das observações relacionadas ao projeto de Residência Pedagógica, programa desenvolvido pela Capes, que visava introduzir estudantes de graduação em salas de aulas reais para que fizessem suas observações e acompanhassem o dia-a-dia das atividades escolares. Como desafio inicial de abordagem, foi sugerido aos graduandos observarem “como a questão do entorno de uma comunidade violenta no Rio de Janeiro impactava no processo de ensino aprendizagem das aulas de História. Mas nós buscamos algo além, e fizemos um recorte por gênero neste contexto específico. Baseado na premissa apresentada pela historiadora Gessica Guimarães Gaio, em seu livro “Ensaio Feminista sobre o sujeito universal” de que todo processo de formação educacional amplifica a exclusão feminina, fomos analisar como as estudantes das turmas de 9º ano da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza - localizada no Bairro de Costa Barros, no Rio de Janeiro, mais especificamente dentro da Favela da Pedreira – eram impactadas educacionalmente pela violência real e simbólica presente naquele território. Como afirma a historiadora Luciana Gandelman, os PCN´s contemplam a questão de gênero desde 1996, mas até que ponto este ponto do PCN trás impactos para um território dominado pela criminalidade, que é essencialmente masculina e com caracteres definitivamente autoritários, violentos e machistas? Qual a forma que as estudantes do ensino fundamental lidam com essas questões? E como isso chega até as salas de aulas escolares? Nossa comunicação pretende apresentar as nossas primeiras impressões sobre esta abordagem temática, que relaciona educação, violência real e simbólica e gênero.