A Caravana Sankofa nas escolas da rede de ensino pública surgiu a partir do Projeto Enfrentando o Racismo com o apoio financeiro do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Seguindo as diretrizes do planejamento das atividades, que foram realizadas por integrantes da Rede de Mulheres Negras do Ceará (RMNC). Em 2023, entre os meses de maio a dezembro foram promovidas diferentes abordagens com foco na educação antirracista, como a promoção de rodas de conversa sobre história afrobrasileira, africana e afrodiáporica. Conforme Souza (2018) ressalta a importância do reconhecimento da contribuição sociocultural além da obrigatoriedade da inserção da temática na Educação Básica pela Lei nº 10.639/03. Nesse contexto, também foram conduzidas oficinas de formação de mulheres negras na política, ciência, educação, saúde e bem-viver da população negra. De acordo com (GELEDÉS, 2020) a utilização de estratégias que fomentem a redução da desigualdade racial e de gênero são necessárias para o alcance efetivo da reparação histórica de pessoas pretas e pardas no Brasil. Pereira & Lima (2019) ressaltam a relevante contribuição do movimento negro para o surgimmento de mobilizações socioculturais, que trouxeram um olhar positivo para as produções concebidas pela comunidade negra. Nesse sentido, reforça-se a permanência dessas ações com a produção de oficinas de turbantes e de tranças, para o desenvolvimento de diálogos sobre a estética negra com os estudantes. Desse modo, em um aspecto quantitativo, 6 escolas públicas participaram das ações da Caravana Sankofa, os segmentos contemplados eram desde a Educação Infantil ao Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Portanto, a partir dos resultados obtidos com a promoção das atividades em prol da educação antirracista nas escolas, evidencia-se a necessidade de ampliar a realização de práticas pedagógicas com foco nas relações étnico-raciais, sobretudo, nas instituições de ensino estaduais e municipais.