O presente relato de experiência teve como objetivos: investigar como agricultores familiares de pitaya, do Extremo-sul de Santa Catarina, lidam matematicamente com as diversas etapas do cultivo da fruta, até sua comercialização; resgatar o cultural e narrativo desses trabalhadores, abordando questões sobre a importância da valorização das diferentes culturas e suas aplicações dos conceitos matemáticos; discutir sobre a valorização das diversas culturas e as suas formas de empregar a matemática, pautada no compartilhamento de experiências entre gerações. A pitaya é uma fruta de origem da América Latina, rica em antioxidantes e minerais, que tem ganhado destaque na região do extremo-sul de Santa Catarina, que, além de sua exoticidade, seu cultivo tem se tornado cada vez mais popular. Partindo desse objeto de estudo, nosso referencial teórico ancorou-se na etnomatemática, cujo objetivo é compreender a matemática que os diversos grupos sociais se apropriam em seu cotidiano. Não se refere somente à formalidade dos conteúdos matemáticos, mas de valorizar, resgatar e compreender a diversidade das aplicações dos conhecimentos nos diversos contextos sociais, resgatando narrativas e protagonizando-os. Referente aos aspectos metodológicos do trabalho, trata-se de um relato de experiência, de caráter exploratório, embasado em publicações científicas e livros voltados principalmente à etnomatemática. Como instrumento de produção de dados optou-se por uma entrevista semiestruturada para coletar informações mais concisas sobre o uso da matemática pelos agricultores. O relato de experiência encontra-se em desenvolvimento, obtendo o retorno de duas agricultoras dispostas a serem entrevistadas. Como resultados preliminares conclui-se que há uma apropriação de conceitos matemáticos escolares que se relacionam com os conhecimentos do plantio da pitaya, e que as suas aplicações matemáticas são tão válidas quanto os conhecimentos da matemática como ciência.