Os povos e comunidades tradicionais no Brasil compreendem uma população de mais de 5 milhões de pessoas, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), incluindo 28 grupos culturalmente diferenciados. Este trabalho apresenta reflexões sobre a identidade e a importância destes grupos para a preservação ambiental dos biomas brasileiros e tem como questão central: em que medida torna-se importante incluir temas relacionados aos povos e comunidades tradicionais nos currículos de Ciências Humanas da educação básica? Trata-se do resultado de pesquisas desenvolvidas durante a realização das disciplinas de Laboratório de Práticas Integradoras I e Estágio Supervisionado em Ciências Humanas, em 2023, no curso de Licenciatura em Ciências Humanas da Universidade Federal do ABC. Como base teórica, destacamos os seguintes autores: Antônio Carlos Diegues, Carlos Rodrigues Brandão, Lisângela Kati do Nascimento e Alessandra Leal, os quais têm como foco de estudo as comunidades tradicionais; e Miguel Arroyo que nos traz importantes contribuições sobre currículo escolar; além de documentos relacionados à legislação e normativas sobre comunidades tradicionais. Constituíram-se objetivos desta pesquisa: 1) compreender a relação entre o modo de vida e as práticas sustentáveis de utilização dos recursos naturais com a preservação dos biomas 2) compreender a relação entre as políticas públicas e os direitos territoriais e culturais 3) analisar a relevância de integrar temas relacionados a essas comunidades no currículo de Ciências Humanas da educação básica, contribuindo para o reconhecimento e valorização de grupos invisibilizados e marginalizados na escola. Partimos do pressuposto da necessidade de fortalecer a relação entre escola e comunidades tradicionais por meio de uma abordagem interdisciplinar que valoriza o conhecimento e as práticas desses povos e comunidades tradicionais presentes em todo o território nacional.