O Ensino de Física brasileiro é relativamente jovem. Moreira (2000), aponta como ponto de partida para compreendermos a história do Ensino de Física no Brasil a década de 1960, já que diversos países (incluindo Estados Unidos, A Antiga União Soviética e o próprio Brasil) apresentaram uma atenção especial à relação entre a produção científica, a educação científica e o desenvolvimento social e econômico e a necessidade de reestruturação do ensino de áreas científicas. Esta atenção deu-se em decorrência de críticas ao Ensino considerado incapaz de promover algum tipo de interesse pelo conhecimento científico, a apropriação destes conhecimentos, ou o engajamento em uma carreira científica, para uma aplicação para além das tradicionais provas escolares e\ou de ingresso no ensino superior. Entre as críticas estavam: Matematização exacerbada; Ensino memorístico; Descontextualização dos conteúdos. Estas e outras críticas, estiveram no entorno da consolidação da pesquisa em Ensino de Física no Brasil ao longo da década de 1970 (Carvalho, 2002, Nardi, 2005). Trilhando os caminhos dessas reflexões, em 1990, João Zanetic lançou mão de uma profunda reflexão a respeito das relações Física e Cultura, assumíveis mas, ausentes no Ensino de Física, combatendo e apresentando possibilidades de entrelaçamento entre Física e Cultura (Zanetic 1990, 2005, 2006). Baseados nisso, acreditamos que a falta de contextualização da Física, necessária a um Ensino e Aprendizagem da Física eficaz na formação científica está atrelada a uma questão cultural alimentada pela falta de diálogo entre cultura científica e demais produções humanas. Tomando o trabalho de Zanetic (1990) como marco teórico e temporal, buscamos observar até atualmente, os movimentos da pesquisa no tocante, a defesa e a busca de um estreitamento entre a Física e a Cultura, como uma importante via para um Ensino de Física dialógico e contextualizado, no contexto específico do Caderno Brasileiro de Ensino de Física.