Na atualidade, conforme o ordenamento jurídico brasileiro, a Educação se desenvolve nos processos formativos que acontecem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais, nas organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996). Nessa perspectiva, ela vai além do ensino formal oferecido em instituições próprias. Apesar dessa compreensão legislativa, a maioria dos currículos dos cursos de licenciatura em Pedagogia enfatiza o ensino e a aprendizagem dos aspectos relativos à Educação escolar, a qual é regulamentada, principalmente, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9.394/96. Em função disso, a presente pesquisa objetivou relatar a experiência de uma pedagoga que atua em um contexto não escolar. Para o alcance desse objetivo, realizou-se uma entrevista semiestruturada com uma profissional que atua há três anos na área da Pedagogia Empresarial. Os dados obtidos evidenciaram que a formação inicial da participante do estudo foi muito incipiente em relação à apresentação das possibilidades de atuação do pedagogo para além da escola, pois, durante a graduação, ela cursou apenas uma disciplina sobre essa temática, a qual era denominada “Espaços Educativos Não Escolares”. Por essa razão, a pedagoga afirmou que precisou realizar cursos complementares sobre a temática e que só compreendeu efetivamente a função do pedagogo em espaços não escolares quando começou a trabalhar em um desses ambientes. Como consequência, ela apresentou dificuldades no início do exercício de sua profissão, sobretudo, nos aspectos relativos à compreensão do uso de ferramentas e à sua função primordial naquele ambiente. Desse modo, conclui-se que é necessário que os currículos dos cursos de Pedagogia explorem mais as temáticas relacionadas às possibilidades de atuação do pedagogo em espaços educacionais que não sejam a escola, uma vez que, conforme o ordenamento jurídico, a Educação acontece em vários outros ambientes.