Compreendendo que as concepções de gênero são construções culturais e sociais, que podem ser discriminatórias e promover desigualdades, e reconhecendo que a ginástica rítmica, assim como em muitas outras práticas esportivas, tem em sua origem histórica e enquanto rendimento, o reforço estereótipos de gênero que não só se transformam em pressões estéticas sobre os corpos femininos, mas que ainda se torna pouco acessível aos corpos masculinos. Este artigo traz uma reflexão sobre os aspectos de gênero na modalidade, mostrando suas nuances e contradições e propõe a prática da ginástica rítmica nos espaços educacionais, como uma possibilidade inclusiva e que permite desenvolver de uma expressão corporal livre de estereótipos, capaz de promover reflexões valiosas no combate das desigualdades de gênero. Para isso, o presente estudo trará um conjunto de relatos e análises das diversas práticas realizadas com a modalidade dentro da Fundação Gol de Letra e como elas atravessaram os participantes dessas experiências e suas famílias. Ressaltamos que é preciso junto a prática, trabalhar os conceitos e temas relacionados a gêneros, além de um trabalho contínuo e consciente dos profissionais da educação e equipe multidisciplinar para que não seja apenas uma experiência pontual e isolada, mas um conjunto de ações efetivas e transformadora.