Apesar de no cotidiano a avaliação ser considerada uma ação natural, no contexto escolar ela toma um significado mais complexo, havendo espaço para questionamentos e reflexões de diferentes naturezas, e por esse motivo tem-se intensificado as discussões sobre os desafios e as possibilidades da avaliação da aprendizagem. Na perspectiva da Educação do Campo, a avaliação da aprendizagem deve dialogar com seus princípios, entre eles, o compromisso com uma formação emancipadora, que valorize os diferentes saberes, que reconheça e respeite as especificidades. O objetivo desse trabalho é analisar aspectos históricos e metodológicos da avaliação da aprendizagem na perspectiva da Educação do Campo. Desenvolveu-se uma pesquisa de abordagem qualitativa em que os dados foram produzidos por meio de uma pesquisa bibliográfica e análise de documentos oficiais publicados pelo Ministério da Educação (MEC). Os resultados apontam que, diferente do que propõe as pedagogias liberais, a Educação do Campo fundamenta suas práticas nas teorias progressistas, segundo as quais a educação escolar deve ser trabalhada como um instrumento de transformação da realidade social. Desta forma, para além de produzir dados sobre a aprendizagem dos estudantes, os processos de avaliação devem se constituir como elementos de análise da prática pedagógica desenvolvida, com vistas o desenvolvimento de intervenções que favoreçam a aprendizagem de todos os estudantes. Conclui-se, trata-se de processos avaliativos fundamentados numa perspectiva inclusiva, democrática e mediadora da aprendizagem.