Este estudo propõe uma decolonização do autismo, abordando-o não meramente como um transtorno mental, mas como uma identidade social. Argumenta-se que o sistema capitalista perpetua a marginalização e opressão de indivíduos autistas, pressionando-os à conformidade em moldes neurotípicos dominantes. Com foco no protagonismo autista, o presente trabalho objetiva conscientizar sobre a problemática da colonização do autismo e advogar por sua decolonização. Prioriza-se a autonomia de autistas na formulação de políticas e práticas pertinentes às suas experiências, rejeitando práticas terapêuticas conversivas e outras abordagens colonizadoras. A metodologia adotada inclui análise crítica da literatura existente e reflexão acerca das interseções entre diversas formas de opressão, inspirando-se nas lutas decoloniais nos âmbitos racial e de gênero. Os resultados apontam para a premência de resistir à colonização do autismo e, alternativamente, de criar estruturas sociais que fomentem a inclusão e reconhecimento dos autistas como agentes de mudança, defendendo a neurodiversidade e a valorização de suas perspectivas. Destaca-se a educação como mecanismo crucial na promoção da decolonização do autismo, através do reconhecimento e inclusão da diversidade neurocognitiva e da reformulação de práticas pedagógicas. Isso implica em ambientes educacionais mais acessíveis e inclusivos, que refletem e perpetuam uma sociedade que valoriza a justiça e igualdade. O trabalho conclui que a emancipação do autismo a partir de uma perspectiva decolonizadora é indispensável para a construção de uma sociedade plural e genuinamente inclusiva.