Este artigo tem objetivo apresentar o processo histórico do movimento de lésbicas brasileiro com suas interfaces junto ao movimento feminista e homossexual, evidenciando suas tensões e consensos nas perspectivas políticas, desde a década de 1970, com o surgimento do movimento homossexual e fortalecimento do movimento feminista, fazendo pontes com escritores/as brasileiros/as que dialogam sobre a historicização dos movimentos sociais, especialmente sobre o LGBT2 e feminista. Notoriamente nos escritos sobre a historicização dos movimentos sociais há uma ausência de sistemização sobre o movimento de lésbica brasileiro. Isso se dá, por conta de todo o machismo existente na sociedade brasileira onde as mulheres foram colocadas à margem, com o predomínio dos “homens” brancos e de classe média na construção dos saberes, no aparecimento político, na escrita. Questionar essa normatização é entender o porquê do silenciamento do processo histórico do movimento de lésbicas brasileiros e todo o reforço nos papeis de gênero evidenciado no Brasil que ainda é machista e ver as mulheres como objetos de reprodução. Tudo que foge do tradicional é “anormal” e excluídos dos anais. Este artigo vai mostrar o percurso político de trajetórias de vidas e movimentos que se dedicaram as esferas públicas e políticas para representar uma parcela da população que precisava de voz e direitos que garantissem suas especificidades.