Recorte de uma investigação mais ampla, o presente estudo pretende visibilizar e problematizar a operacionalidade de determinados discursos evidenciados em músicas associadas ao gênero contemporaneamente conhecido como funk ostentação na (re)produção de formas de viver a feminilidade na atualidade. Tais músicas eram apreciadas por um grupo de alunas, com idades entre treze e quinze anos. Alinhado às teorizações dos Estudos Culturais em Educação e aos Estudos de Gênero em perspectiva pós-estruturalista é possível compreender as músicas escutadas pelas alunas como produções culturais e ainda, aproximar a análise dos comportamentos de homens e mulheres como relacionados às construções históricas e sociais, não somente como derivados de distinções biológicas. Compreendo também, neste estudo, as músicas escutadas pelas alunas como superfície de visibilidade de determinados enunciados e discursos a partir de subsídios da Análise do Discurso de inspiração foucaultiana. Apresento no texto, inicialmente, considerações acerca da constituição de um ideário de feminilidade, problematizando-o através das perspectivas teóricas elencadas. Posteriormente, apresento algumas características do gênero funk ostentação e ainda, problematizo fragmentos de algumas das músicas escutadas pelas jovens deste estudo, buscando visibilizar discursos sobre gênero, sexualidade e consumo evidenciados em tais músicas. Encerro este estudo com a certeza de que outros discursos poderiam ser problematizados na procura de visibilidade para dimensões ainda pouco estudadas no que se refere à constituição da juventude feminina.