O presente texto procura responder o seguinte questionamento: por que será que os saberes e os fazeres desenvolvidos pelas mulheres rendeiras do Cariri Paraibano não estão inseridos no currículo das instituições socioeducativas que escolarizam seus filhos e filhas? Para responder a indagação, buscou-se ir além daquilo que estava visível, sendo o trabalho etnográfico revelador da realidade. O estudo reflete sobre como a escola realiza o processo de reprodução social contido nas práticas educativas. Expõe a omissão das experiências femininas nos processos educativos e os efeitos que essa ausência ocasiona nas relações escolares e sociais. No intuito de promover a visibilidade das mulheres rendeiras discute os desafios e a possibilidade da construção de um currículo plural e democrático, com base em suas experiências. As análises proferidas no decorrer do texto permitem compreender que os fatores de ordem pedagógica e curricular poderiam explicar a negação dos conhecimentos locais no campo escolar, mas está centrada no fator de ordem econômico, especificamente – em questões de classe.