Nosso trabalho é parte de uma pesquisa que realizamos na iniciação científica (PIBIC – UEPB/CNPQ) cujo escopo foi identificar as imagens acerca do índio em produção de autoria feminina do século XIX a fim de evidenciar até que ponto a autora dialoga com os códigos do Romantismo brasileiro no que tange à representação da figura indígena. Sendo assim, com o intuito de trazer parte de nossa reflexão sobre a presença do indianismo na literatura brasileira a partir da contribuição de mulheres-escritoras, o presente trabalho volta-se para o estudo do poema A Lágrima de um Caeté (1997) de Nísia Floresta. Nosso objetivo é fazer uma leitura da referida obra não só a partir do foco na representação do índio, mas também a partir das questões de gênero. Considerando-se que o nosso trabalho relaciona-se, aos estudos sobre o índio na cultura brasileira e aos estudos acerca da produção literária de autoria feminina de tempos idos, o lastro teórico em que nos subsidiamos contempla, pois, ambas as frentes de pesquisa. No que diz respeito à reflexão sobre o índio e o indianismo brasileiro, baseamo-nos nos estudos de Bastos (2011), Coutinho (1997) e Queiroz (1962). Já no que tange às questões de gênero, recorremos às contribuições de Batalla (1990), Graça (1998) e Mendonça (2012). Com o presente trabalho, esperamos contribuir para os estudos sobre representação de grupos minoritários (no nosso caso, índios e mulheres) e, notadamente, para os estudos acerca da produção literária de autoria feminina de tempos pretéritos.
PALAVRAS-CHAVE: Indígena, Indigenismo, Perspectiva Feminina.