O presente trabalho tem como objetivo discutir as críticas e contribuições que a Teoria Queer de Judith Butler proporcionam as noções foucaultianas, freudianas e lacanianas na compreensão dos quadros identificatórios e subjetivos atuantes na contemporaneidade no que concerne ao conceito de gênero. Tanto a genealogia de Michel Foucault quanto a Psicanálise apresentam tensões e problemas no que se referem as suas respectivas apreensões diante dos processos de assujeitamento dos corpos, ou seja, atinentes a forma tal qual pensam as condições discursivas determinantes na regulação e constituição do sujeito. A maneira como Butler pretende avançar ao propor uma crítica e aproximação das referentes teorias objetiva contribuir para a reapropriação de um pensamento crítico que possibilite uma transformação das condições de sociossimbólicas do poder, assim como elaborar estratégias a nível clínico que desconstrua conceitos operadores delimitados por uma matriz heterossexual compulsória.