O objetivo do presente trabalho é analisar o erotismo na obra Batuque, de Bruno de Menezes, como um fenômeno construído sob um imaginário cujos signos, seja em uma perspectiva masculina, seja em uma perspectiva feminina, são social e historicamente construídos, havendo, diferenças na manifestação desse erotismo no que diz respeito à questões de gênero, sexualidade e classe. O reconhecimento do caráter histórico-social do erotismo está relacionado com a consciência de que na sociedade há relações de biopoder que se manifestam nas relações micromoleculares marcadas por uma multipolaridade. Essas aproximações, distanciamentos e cruzamentos entre gênero, sexualidade e classe, a partir do erotismo, mostram como a questão da identidade é algo complexo, que não pode ser resolvido em divisões absolutas, que acabam por não respeitar a dinâmica complexa em que a identificação se constrói na sociedade. Bruno de Menezes era um escritor que tinha consciência desse fenômeno e que por isso construiu signos poéticos em que a identidade afrodescendente aparece como resistência marcada pela construção de uma diferença, se configurando como uma resistência dentro da perspectiva do hibridismo. Como ferramenta teórica utilizaremos os estudos culturais para refletir sobre o fenômeno identitário, o erotismo e a sexualidade na realidade pós-colonial amazônida