Neste trabalho, apresentarei algumas reflexões sobre o lugar, físico e simbólico, que o/a residente ocupou na escola em duas versões do subprojeto de Letras Inglês e Letras Espanhol do Programa de Residência Pedagógica, Edital 2018 e 2020. Essas reflexões partiram dos relatos dos/as residentes que participaram nessas duas versões. Na primeira, pude observar certa incomodidade dos(as) residentes quando mencionavam o lugar que ocupavam na escola. Essa incomodidade estava relacionada, por um lado, ao fato de não se sentirem confortáveis em compartilhar a sala dos professores ou os espaços de circulação comum e, por outro, ao fato de não se sentirem “professores”. Na segunda versão, realizada de forma remota por causa da pandemia, a etapa de ambientação dos(as) residentes aconteceu de forma diferente, eles(as) não tiveram a oportunidade de conhecer o espaço escolar presencialmente, uma vez que todas as atividades aconteceram via plataforma Google Meet, por esse motivo, não frequentaram a sala de professores, salas de aula, pátio etc. O ambiente virtual colocou os(as) residentes em um espaço restrito e igualmente incômodo. Nesse caso, a insegurança estava relacionada à participação dos(as) estudantes durante as regências, principalmente quando não abriam o microfone e a câmera ou não interagiam pelo chat. A partir dessas observações, determinei como corpus do meu trabalho os relatos escritos por duas residentes, que participaram do projeto em 2018 e 2020; e, para analisá-los desde uma perspectiva qualitativo-interpretativista, utilizei como apoio os textos de Hall (2005), Biazi (2011), Reichmann (2009, 2012) e Lira (2020) que tratam do conceito de identidade, do papel da observação do contexto escolar e da importância dos relatos autobiográficos para a construção de uma identidade docente. A partir dos relatos das residentes, pude concluir que o lugar, físico e simbólico, que elas ocuparam na escola está relacionado à construção de uma identidade profissional.