Desde o final da década de 1990, o Ensino Religioso – ER tem passado por tentativas de mudanças educacionais, a fim de superar sua identidade confessional. No entanto, diversos motivos contribuem para que tal projeto caminhe lentamente, dentre os vários, destacamos: constantes pressões do campo religioso brasileiro no campo educacional e no campo político, professores/as religiosos/as perpetuando uma moral fechada no espaço público escolar, pouco investimento em formação docente em Ciências das Religiões para atuar no ER e, além disso, ínfima preocupação, dos/as próprios/as profissionais da área, em debater sobre ética profissional e profissionalização docente. Assim, não é surpresa que o Componente Curricular seja alvo de críticas, sobretudo por parte de alguns/as Educadores/as, que o entendem enquanto instrumento de proselitismo religioso. Considerando esse cenário extremamente conflituoso e disputado, tomamos como questionamos norteadores da pesquisa: há legitimidade educacional para o ER na educação pública? Como o ER pode superar a sua identidade confessional diante das interferências do campo religioso? O que significa ser professor de ER? Com tais questionamentos, objetivamos, neste trabalho, discutir acerca dos conceitos de profissionalização e profissionalidade docente na formação em ER, a fim de oferecer possíveis proposições para a superação do ensino confessional. Desse modo, em primeiro lugar, evidenciaremos os conflitos educacionais, políticos e religiosos que permeiam a existência do ER nos sistemas públicos de ensino; em segundo lugar, apresentaremos a importância da dimensão da ética profissional na formação docente em ER, e, em terceiro lugar, discutiremos acerca dos conceitos de profissionalização e profissionalidade docente em ER. Em caráter de considerações finais, ressaltamos que o tema é imprescindível no processo de superação da identidade confessional do Componente Curricular, porém, ainda se encontra em estágio incipiente de desenvolvimento, necessitando, assim, mais aprofundamentos.