O grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais) nos últimos tempos tem ganhado visibilidade em função da constante luta, reconhecimento e conquista de direitos civis, diante de um cenário, que apesar de estar mudando, ainda é palco de intensa discriminação contra essa minoria sexual. Destarte, tem-se um grande debate social, em que determinados grupos comparecem no espaço público, nas redes sociais e em outros espaços virtuais, manifestando-se contrários aos direitos LGBT, como a realização de cirurgias de mudança de sexo no âmbito do SUS. Nesse sentido, objetivou-se identificar os posicionamentos atitudinais e sobre quais justificativas assentam-se os comentários dos leitores realizados em uma reportagem veiculada no Jornal Folha de S. Paulo sobre a realização de um processo transexualizador no SUS. Trata-se de um estudo qualitativo, com abordagem descritiva-exploratória realizada a partir de uma análise de uma reportagem captada em um portal de veiculação nacional, que permite internautas publicarem comentários acerca de quais são suas impressões e opiniões do material discutido na notícia veiculada. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática, identificando-se os três principais temas discutidos nos 183 comentários analisados: negação da cidadania transexual; reconhecimento da cidadania transexual; argumentação pela via da idade. Destes, apreendeu-se que: 109 (59,6%) manifestaram-se favoráveis a realização do processo transexualizador pelo SUS e 74 (40,4%) posicionaram-se contrários. O material analisado revelou que parte dos comentaristas sonegam a condição de cidadão aos sujeitos transexuais, circunscrevendo-os como indignos de receberem o suporte integral no acesso a saúde pelo SUS.