Artigo Anais IX CONEDU

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

O ALUNO CONCRETO E O PROBLEMA DO SABER ELABORADO Á LUZ DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

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Publicado em 11 de dezembro de 2023

Resumo

Discutimos no presente recorte de pesquisa para qual aluno a escola deve exercer sua função clássica de transmissão sistematizada dos saberes elaborados: o aluno empírico ou o aluno concreto. Pela elaboração de Dermeval Saviani na obra Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações, compreendemos que o aluno empírico é aquele que oferece suas vontades, afetos e desejos em primeiro plano, para que o professor exerça seu dever a partir de sua condição empírica. Porém, nem sempre essas manifestações imediatas são interessantes a esse aluno, indivíduo concreto e situado em condições sociais específicas. O aluno concreto, por sua vez, é a síntese de determinadas relações sociais as quais ele não escolheu. Nesse sentido, o professor deve transmitir os saberes elaborados, exercer sua mediação para o aluno concreto, considerando a dimensão social e as possibilidades aos rudimentos desses saberes, sob a lógica do desenvolvimento humano e da superação das dificuldades objetivas da vida. Ao considerar o desenvolvimento histórico objetivo e as determinações das condições materiais humanas, entendemos que não se faz possível a socialização dos conhecimentos científicos, artísticos e filosóficos para a classe trabalhadora em sua plenitude sem superar o capitalismo, que sistematiza a escola em função de sua lógica da divisão do trabalho e da transformação do que se produz em mercadoria. Mas, na contradição dessa própria sociedade, vislumbramos no trabalho educativo escolar um instrumento estratégico que, por meio de um desafiador plano de continuidade, produza espaços escolares que possam socializar ao máximo os conhecimentos mais sistematizados e desenvolvidos historicamente pela humanidade àqueles que mais necessitam. Para isso, é fundamental que o professor compreenda as condições sociais do aluno concreto e articule o saber objetivo nas suas formas mais desenvolvidas. Defendemos a prioridade dos conteúdos, a fim de possibilitar não só a assimilação enquanto resultado, mas também revelar seu processo e tendências de transformação.

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