Este trabalho objetiva investigar as representações que alunos de 6° e 7° anos têm sobre a escola e o fenômeno de aprender. A escolha específica por esses sujeitos se deu em consideração ao processo transitório que os afeta na passagem dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental, repercutindo nas relações que estabelecem com a escola e o saber escolar. Realizada em uma escola da Rede Municipal de Natal – RN, a pesquisa teve como objetivos identificar os sentidos que a escola tem para alunos de 6° e 7° anos e refletir sobre as relações que os alunos estabelecem com o saber escolar. A partir da perspectiva histórico-cultural, amparamo-nos no conceito de representação de Chartier (1990), compreendendo-o como elemento de atribuição de sentido para o mundo social e da noção de relação com o saber elaborada por Charlot (2000), entendida como o sentido e o valor dado pelos sujeitos à escola e aos processos de aprender. Apoiados nos princípios da abordagem qualitativa, adotamos como procedimentos metodológicos o questionário e a entrevista semiestruturada. Os dados analisados indicaram as seguintes categorias interpretativas para analisar as representações dos alunos sobre a escola: a escola como meio de garantia de um futuro melhor; a escola como espaço de socialização e a escola como espaço de exclusão. Sobre as representações sobre o fenômeno do aprender, a análise dos dados indicou para sentidos relacionados ao aprender como necessidade para a garantia de um futuro melhor, o aprender para atender ao sistema avaliativo e o aprender para o desenvolvimento humano e social.