O artigo se propõe a apresentar os conceitos e as metodologias para implantação de um programa de fruição e mediação artístico-cultural integrado ao currículo da Escola Sesc de Ensino Médio, instituição localizada na cidade do Rio de Janeiro. Compreendendo o acesso à cultura, em suas variadas dimensões, como um direito, o programa foi elaborado com o objetivo de fomentar a ampliação de repertórios e visões de mundo dos estudantes a partir de experiências estéticas. Enquanto procedimento metodológico, foi elaborada uma agenda sistemática de fruição composta por espetáculos de teatro, dança e circo, concertos e apresentações musicais, exibições audiovisuais, debates literários e mostras de artes visuais. De maneira articulada, foi desenvolvido um programa educativo de mediação realizado previamente às fruições, com o intuito de estimular a emancipação e a autonomia dos espectadores por meio do acesso linguístico, da sensibilização e da leitura crítica e criativa da arte. Na perspectiva adotada, a fruição artístico-cultural se aproxima do conceito de experiência, sendo pensada como uma maneira de produção de saberes, isto é, processo de significação de algo que acomete o indivíduo e o toca, sensibiliza, comove, incomoda, provoca dor ou alegria, prazer ou sofrimento, proporcionando desenvolvimento cognitivo, afetivo, criativo, corporal, sensível e emocional aos sujeitos para conferir sentido às suas experiências, transformando-as em autoconhecimento e subjetivação. Nesta perspectiva, o tema será aprofundado em diálogo com referenciais teóricos da área. Por fim, pretende-se apresentar as estratégias para superar os desafios relacionados à implementação do programa, tais como a disponibilidade dos estudantes para participação nas atividades, assim como o reconhecimento entre os membros da comunidade escolar sobre a importância desta proposta de interlocução entre educação e cultura.