Este relato de experiência de estagiários de Psicologia, com ênfase em processos clínicos no contexto escolar-educacional, ocupa-se em descrever a realização de um processo grupal com adolescentes LGBTQIAPNB+ estudantes de uma Escola Cidadã Integral, localizada no município de Campina Grande - PB. Isto posto, o grupo foi pensado de forma estratégica como efeito de um diagnóstico situacional elaborado a partir da escuta de algumas demandas apresentadas pelos docentes da instituição. O grupo com discentes não-cisheteronormativos tinha como objetivo promover um espaço de escuta, suporte e ajuda mútua entre cada integrante, de modo que as trocas de experiências resultasse na criação de estratégias de enfrentamento para a LGBTQIAPNB+fobia escolar - fator estressor para minorias sexuais e de gênero inseridas nos espaços de educação formal e não formal - e, consequentemente, trouxessem efeitos subjetivos para a saúde mental desta população. Utilizou-se como referencial teórico desta prática os pressupostos da psicanálise lacaniana e da psicologia social comunitária, compreendendo a integralidade no cuidado da saúde mental desses sujeitos e suas especificidades no tocante aos estresses das minorias. No primeiro momento, ouvimos as inquietações dos(as) adolescentes e buscamos construir com eles(as) saídas para os impasses no tocante à sexualidade. Posteriormente, a partir do recolhimento de demandas, pudemos trabalhar algumas temáticas das sexualidades não-cisheteronormativas através de rodas de conversas, arteterapia e tenda do conto. Os encontros foram significativos e cumpriram com seu objetivo de criar e fortalecer um grupo de adolescentes LGBTQIAPNB+ através da escuta, trocas de experiências e do fortalecimento de vínculos. Por fim, a experiência de grupo nos certificou da imprescindibilidade e da urgência de espaços na escola que debatam sobre saúde mental, gênero e sexualidades, haja vista a sua potência no tocante ao fortalecimento coletiva frente ao preconceito e à produção de alteridade.