Ao direcionar os diálogos para as políticas públicas educacionais, com ênfase no processo de alfabetização, verifica-se a necessidade de tencionar as infâncias dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, visto que nesta etapa da educação básica também nos deparamos com crianças, que são sujeitos sociais e históricos. Percebe-se a importância de visibilizar as culturas infantis no contexto escolar, como também os aspectos da ludicidade, para promover um processo de alfabetização dinâmico, contextualizado e significativo, visto que nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, as crianças também brincam. Este estudo é um recorte de uma tese de Doutorado em Educação, da Universidade Federal de Santa Maria. Apresenta como objetivo analisar as políticas públicas educacionais, considerando o processo de alfabetização e os tensionamentos das infâncias dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A metodologia pautou-se na abordagem qualitativa, do tipo documental. Os dados foram construídos através da análise das políticas públicas educacionais, que destacam o processo de alfabetização e a partir das vivências como professora da Rede de Ensino Público, do município de Santa Maria - RS. Para dialogar com este estudo buscou-se subsídios teóricos em Friedmann (2020), que corrobora com o conceito de infâncias; Chrispino (2016), Ball e Braun (2016), para contribuir com os aspectos das políticas públicas educacionais; Barbosa (2014), no que se refere às culturas infantis; e Ferreiro (2017) que auxiliou tenciona a alfabetização. No decorrer da pesquisa, verificou-se que a ênfase das políticas públicas educacionais está direcionada para as habilidades que necessitam ser desenvolvidas, destacando as áreas e objetos do conhecimento. Portanto, quanto mais as crianças avançam na sua trajetória escolar, menos se prioriza o direito de brincar e a cultura infantil, pois a prioridade são os objetos do conhecimento e as habilidades em destaque, para cada ano do Ensino Fundamental.