A degradação ambiental é uma problemática que acarreta amplas escalas geográficas. O processo de destruição do meio natural está ancorado no modelo produtivista do capital que compromete a qualidade de vida de todos os seres vivos. O recorte espacial selecionado nesta pesquisa é o povoado Cajaíba, situado no município de Itabaiana, agreste de Sergipe. Esta delimitação espacial deve-se, sobretudo, à vivência e observação das alterações da paisagem na localidade, o que gerou algumas reflexões sobre a situação socioambiental do lugar. A partir desse contexto, a Educação Ambiental (EA) mostra-se enquanto ferramenta imprescindível para contribuir com a conservação do conjunto de diferentes elementos socioambientais e culturais que permeiam a comunidade. Segundo a Lei 9.795/1999, a EA deve ser praticada não apenas no ambiente escolar, mas em todos os segmentos sociais. Diante disto, o cerne desta pesquisa é elaborar uma cartilha de uso escolar em que evidencie as transformações da paisagem local a partir das ações de degradação ambiental. Ressalta-se que a base econômica do povoado é a agricultura familiar. Porém, nos últimos anos, tem se disseminado o uso exacerbado de agrotóxicos na agricultura, o que repercute na saúde dos agricultores, na contaminação do solo e na qualidade da água da barragem que está inserida no povoado. Este reservatório é a base para o abastecimento de água para o consumo residencial e para a irrigação, não apenas da comunidade supracitada, mas para outros povoados circunvizinhos. Esta pesquisa se estrutura na revisão da literatura, na observação e na coleta de dados através da elaboração de roteiros de entrevistas semi estruturadas direcionadas para as lideranças comunitárias e pessoas idosas com o intuito de identificar as principais alterações das paisagens locais. Os resultados contribuem para o fortalecimento de ações em EA que aproximem o ambiente escolar da comunidade local a partir do comprometimento socioambiental.