Durante a utilização do ensino remoto como uma das demandas impostas pela pandemia por Covid-19, houve a supressão das interações presenciais e uma verdadeira transformação nas metodologias e práticas em educação. As interações sociais, assim como a convivência com o meio ambiente, foram alteradas e os efeitos da ausência de contato com o outro e o meio ambiente impactaram o modo como construímos compreensões acerca do mundo. Estudar como isso tem acontecido na escola é o contexto do presente trabalho que objetiva discutir, a partir de narrativas dos docentes sobre o ensino no período da pandemia, as possibilidades de formação de uma Consciência (Socialmente Mediada) relacionada a temas ambientais considerando a atual crise climática e a emergência da pandemia. Para tanto, foram entrevistados sete professores de Ciências da Natureza e disciplinas correlatas, atuantes em escolas públicas do interior do Estado de São Paulo. A transcrição das entrevistas semiestruturadas realizadas por via remota foram categorizadas e analisadas com base na Psicologia Histórico-Cultural e nos pressupostos teórico-metodológicos do Materialismo Histórico-Dialético. Os relatos apontaram para o impacto social da evasão de estudantes durante o período supracitado; a constatação do baixo número de atividades sobre Educação Ambiental nas aulas remotas e; a compreensão de que o estudo de temas ambientais pode priorizar ou não a construção de uma Consciência ambiental a depender do modo de abordagem. Ou seja, a emergência de formas de Consciência sobre os acontecimentos relacionados à pandemia com conexão às questões ambientais e crise climática, passa necessariamente pela curricularização do tema, pela sensibilidade do professor em discutir criticamente os conceitos relacionados e pela mediação social que significa os fatos e as vivências. O pressuposto da Consciência Socialmente Mediada se materializa, portanto, na autopercepção e do meio e se sustenta na análise crítica das práticas pedagógicas.