Sob uma perspectiva pluralista de letramento e entendendo-o a partir dos usos e práticas relacionados a contextos específicos que dialogam com a realidade mais ampla (Soares, 2003; Brian Street, 2006; Rocha, 2020; Barbosa, 2007), este trabalho se propõe à discussão acerca da educação a distância e, mais especificamente, da formação de professores nela erigida. Para tanto, o percurso formativo de discentes do curso de Pedagogia a distância da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) é analisado com base no letramento digital do alunado e seus impactos na formação almejada. Apoiado no percurso em análise, e partindo da compreensão de letramento digital, são lançadas reflexões acerca da formação em diálogo com as novas tecnologias digitais e modalidades de comunicação, que propõem uma comunicação multimodal e em rede que requer dos sujeitos habilidades e competências no manuseio das novas tecnologias (Valente, 2008; Rangel, 2009; Maia, 2011). Tais competências, como propõem esses autores, para além da autonomia e do ressignificar da identidade do aprendiz, possibilitam a tomada de consciência em novos níveis, ampliando oportunidades de ação do sujeito e, consequentemente, do educador em formação. Dito isso, pode-se inferir que, se não adquiridas, em sentido oposto, restam significativas lacunas que implicam no processo formativo e na qualidade daquilo que se acessa enquanto aprendizagem por meio da rede e das plataformas digitais, conforme se configura na educação a distância. É neste lugar de preenchimentos e lacunas que se dá o percurso de futuros educadores mineiros que buscam construir estratégias de acesso, permanência e conclusão de um trajeto repleto de desafios e ausências por suprir. Tal configuração requer miradas que, inclusive, tangenciem a distribuição desigual de acesso às novas tecnologias digitais e, por conseguinte, a discussão acerca de políticas públicas efetivas para sua distribuição também referente às propostas de formação inicial e continuada de professores.