A educação personalizada, conhecida por considerar os ritmos e objetivos de aprendizagens dos estudantes, tem sido cada vez mais requerida nos últimos tempos, principalmente diante do contexto tecnológico atual, que traz mudanças significativas para o campo educacional. Na literatura é possível encontrar algumas definições para educação personalizada e a maioria delas têm foco no desenvolvimento da pessoa enquanto sujeito individual, com ritmos e interesses peculiares. A concepção de educação personalizada trabalhada neste texto se tornou popular na Espanha, em 1970, com o pedagogo espanhol Víctor García Hoz, que destaca princípios básicos para esta modalidade de educação: autonomia, liberdade, singularidade, criatividade, abertura e comunicação. Por outro lado, apesar de considerar o desenvolvimento da pessoa enquanto sujeito singular, com ritmos e interesses peculiares que devem ser levados em consideração, percebe-se que as bases teóricas que fomentam o desenvolvimento da educação personalizada, como o Ratio Studiorum, a Escola Nova e o Plano Dalton, ainda se assentam em premissas não-críticas de educação. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é discutir até que ponto a educação personalizada é uma educação de fato emancipatória, uma vez que leva em consideração essas bases teóricas não-críticas. Por fim, pretende-se anunciar uma pesquisa de doutorado em andamento cujo foco é reconfigurar e estabelecer novos princípios para a educação personalizada com base na concepção Sociocrítica de Paulo Freire, além de investigar possibilidades e limites da adoção de práticas pedagógicas personalizadas e baseadas na perspectiva sociocrítica de Freire na formação inicial de professores.