Findo o processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) as redes de ensino brasileiras colocaram-se em um processo de (re)elaboração de seus referenciais curriculares de forma a proceder uma tradução dos sentidos estabelecidos pelo documento norteador. Para a Geografia isso significou, no caso do ensino fundamental, em dialogar as disposições e tradições locais e desse campo de saber com aqueles sentidos que se pretendem hegemônicos pela base nacional. No caso do ensino médio, tratou-se de assegurar a existência da disciplina como autônoma, construindo sua legitimidade, bem como construir sentidos próprios sem que houvesse essa especificidade no documento de referência. Assim, o presente trabalho empreende uma análise do discurso sobre os documentos curriculares referenciais fluminense para compreender quais sentidos são construídos para a Geografia que se ensina nas escolas fluminenses, bem como identificar como é feita a construção da legitimidade dessa disciplina enquanto campo do saber autônomo.