A sociedade tem se apropriado da natureza desde os tempos remotos. Com o advento da modernização, o desenvolvimento tecnológico e social, respaldado pelo sistema capitalista de produção, propiciou transformações ainda mais intensas no planeta Terra. Essas modificações estão presentes no Antropoceno, época geológica na qual a humanidade tem papel preponderante, tornando-se um agente geológico-geomorfológico-pedológico, capaz de alterar, irreversivelmente, a dinâmica do relevo. Nesse cenário, os solos são alvo de degradação e contaminação pela ação humana, convertendo-se, através da antropedogênese, em Antropossolos: volumes pedológicos com características muito distintas dos naturais. Em pesquisa desenvolvida pelos autores do trabalho em tela na Área de Proteção Ambiental (APA) do Timburi, Presidente Prudente/SP, foram analisados 08 perfis de solos em processos erosivos localizados em área de pastagem, sob topossequência, apresentando valores de pH, MO, CTC e V% aquém dos ideais para solos agrícolas, bem como a presença de materiais antrópicos em profundidade. No total, 06 perfis foram classificados como Antropossolos Sômicos, e 02 outros perfis não apresentaram características de Antropossolos. Na mesma área de estudo, além de identificar os perfis de Antropossolos originados a partir do histórico de uso e ocupação da terra, pretende-se pesquisar a possível contaminação destes materiais por metais potencialmente tóxicos (Arsênio, Cádmio, Chumbo, Cobre e Cromo), devido ao uso de agroquímicos nos cultivos de batata-doce (Ipomoea batatas). Com isso, espera-se contribuir para com a discussão, tão urgente, acerca da oficialização da classe dos Antropossolos no Brasil.