Este artigo tem como objetivo a análise dos conteúdos relacionados ao temário da geopolítica nas proposições da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de Geografia no Ensino Fundamental - Anos Finais. A partir de pesquisa bibliográfica e documental e da análise crítica de seu conteúdo, apontamos a permanência de uma geopolítica centrada no Estado como único agente de poder, tal como preconiza a Geografia Política Clássica, muito embora o quadro de "agentes geopolíticos" seja diversificado e, como tal, incorporado aos estudos desse campo de conhecimento com o movimento da Geografia Crítica. Ao ignorar novas geopolíticas, a BNCC esvazia as possibilidades de conexão entre as escolas local, de vivência do estudante, e as outras escalas, nacional e global, dificultando um aprendizado significativo e aprofundado. Relaciona-se a isso o fato de que a BNNC desloca o eixo do processo de ensino-aprendizagem na direção do metodológico, buscando o desenvolvimento de competências e habilidades, cooperando fortemente para esse processo de esvaziamento. Nossa proposição parte, portanto, da importância do tema da geopolítica e da necessidade de reestabelecer o diálogo entre geografia e política na escola, contribuindo, assim, para a formação do cidadão crítico, atuante e transformador da/na sociedade.