Propomos analisar neste trabalho, a desumanização do currículo do Novo Ensino Médio e os desafios da prática pedagógica docente de Geografia em escolas estaduais de ensino médio localizadas no município de Ipu-Ceará. A pesquisa do tipo qualitativa foi feita por meio de análise bibliográfica e documental. Realizamos levantamento bibliográfico de autores que desenvolveram pesquisas relacionadas à temática e de documentos oficiais que norteiam o currículo da educação básica no Brasil (BRASIL, 1996; 2016; 2017; 2018). No Ceará com a implementação do NEM, em 2022, a lotação dos docentes permanece por componente curricular, mas os livros didáticos utilizados são organizados por áreas do conhecimento. Para cada modalidade de ensino foi organizada uma proposta curricular. Nas escolas de ensino técnico, dependendo do curso técnico ofertado, propôs-se uma hora aula de Geografia para Formação Geral Básica e uma de “Aprofundamento em Geografia” articulada aos cursos técnicos, para os itinerários formativos. Nas demais modalidades, houve redução de carga horária para inserção no currículo de componentes como Projeto de Vida e Formação para Cidadania. Os efeitos do NEM podem ser devastadores para a educação do país, principalmente para os estudantes, professores e a gestão escolar, que estão enfrentando problemas a iniciar pela reorganização curricular prescrita pela Lei em consonância com a BNCC. Defendemos aqui uma proposta crítica e política de currículo e de educação que precisa ser fortalecida no âmbito da educação geográfica, à luz do pensamento freireano e de outros teóricos críticos que almejam uma educação libertadora e a formação integral do ser humano.